A Câmara Municipal de Vila Nova de Famalicão foi distinguida com uma menção honrosa, no valor de cinco mil euros, no âmbito do Prémio Manuel António da Mota e da TSF-Rádio Notícias, cuja sessão decorreu, este domingo, no Centro de Congressos da Alfândega do Porto. A grande vencedora foi a Fundação do Gil com o projeto Cuidados Domiciliários Pediátricos.
O município de Vila Nova de Famalicão foi uma das dez instituições finalistas, entre 160 concorrentes, com o projeto “Escola Circular”, que tem como objetivo aquecer as escolas do concelho através de pellets, gerados a partir dos resíduos florestais. O projeto-piloto foi implementado no ano letivo 2018/2019, no Jardim-de-Infância de Requião, sendo alargado, este ano, ao jardim-de-infância de Mouquim e prevendo-se, em breve, a sua execução no Jardim-de-Infância de Cabeçudos. O objetivo é que o projeto seja alargado a todo o concelho.
“Por um Portugal Sustentável” foi o tema deste ano do Prémio Manuel António da Mota, que visa distinguir instituições, com sede em Portugal, que desenvolvam projetos em território nacional nos domínios dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) visando a concretização das suas metas. Esta foi a décima edição do prémio.
Paulo Cunha, presidente da autarquia famalicense mostrou-se “muito satisfeito com esta distinção nacional”. “Trata-se de um sinal muito positivo, que demonstra que o nosso trabalho é reconhecido e valorizado no país”, adiantou Paulo Cunha destacando as mais valias deste projeto. “Escolhemos desenvolver este projeto-piloto numa escola, porque queremos dar o exemplo às novas gerações e através delas chegar às famílias e a todos os famalicenses”.
“Com esta Escola Circular conseguimos mostrar ao país que não é preciso grandes intervenções nacionais ou internacionais para protegermos o ambiente e reduzirmos a pegada ecológica, podemos fazê-lo localmente através de medidas simples e gestos do quotidiano”.
Para já, em Vila Nova de Famalicão, os radiadores que aquecem, no inverno, os jardins-de-infância de Requião e Mouquim serão alimentados, com pellets produzidos a partir do material vegetal resultante da limpeza de terrenos e matas do concelho, uma nova fonte de energia.
Através da recolha de sobrantes do material vegetal decorrente da limpeza da floresta e terrenos, efetuada pelos serviços municipais, a empresa famalicense Tec Pellets produz os pellets que são depois empregues na alimentação das caldeiras de aquecimento das escolas, proporcionando conforto e bem-estar às crianças, poupando o ambiente e os encargos financeiros do município. Só no caso do Jardim de Infância de Requião, a câmara poupa seis mil euros por ano. Por cada 12,5 toneladas de resíduos fornecidos pela câmara, a empresa compromete-se a entregar uma tonelada de pellets, “assim de uma forma simples, sem mais nenhuma contrapartida, num circulo fechado de economia que se cria e se completa dentro do município”, acrescenta Paulo Cunha. A estimativa é que cada escola tenha um consumo anual de cerca de três toneladas de pellets.
A fonte de energia utilizada até agora no jardim-de-infância de Requião era o gás propano, mas depois de uma avaria na caldeira, a autarquia viu a oportunidade e decidiu adquirir uma caldeira adaptada para pellets, através de um investimento de cerca de 4 mil euros, que permitiu iniciar o projeto de economia circular.
O Jardim-de-Infância de Mouquim recebe já, neste ano letivo 2019/2020 este tipo de aquecimento e, à medida que haja necessidade de renovar as caldeiras de aquecimento, outras escolas serão aquecidas de forma totalmente ecológica, com custos perto do zero.